Houve uma época em que seu nome era Lúcifer, e era um dirigente escolhido e poderoso junto a Deus. Esta Estrela da Manhã, como Isaías o chama, era uma estrela brilhante no firmamento de Deus, um anjo poderoso, altamente enfeitado e escolhido. Mas ele foi levado à soberba devido ao orgulho.
A Bíblia diz, “O orgulho precede a destruição, e um espírito altivo precede a queda”. Antes de Lúcifer ter sido rebaixado de sua alta posição, ele percorreu todo o reino de Deus e assediou um terço dos Seus anjos. Aqueles que ele capturou através do orgulho ou do engano foram expulsos do céu com ele. Não pense nem por um instante que ele tenha conseguido ganhar e enganar os menores dentre eles. Acredito que a maioria deles era exatamente como ele próprio, ou seja, eram selecionados, como a Estrela da Manhã. Ao lhes fazer uma abordagem, conseguiu enganar os mais talentosos, os mais úteis deste grupo de apaixonados e impetuosos ministros do Senhor.
“Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste lançado por terra...” (Isaías 14:12)
Lúcifer tornou-se conhecido como Belial, ou Satanás. No Velho Testamento Satanás se tornou um tipo da adúltera. Ele era então e é agora um sedutor, seduzindo as pessoas para o pecado e a escravidão. Recentemente, o Espírito do Senhor direcionou-me para Provérbios 6:26: “... a adúltera anda a caça de preciosa vida”.
A adúltera - Satanás - irá à caça da vida preciosa! Em outras palavras, ele vai atrás daqueles que são os mais amados, os de maior valor para Deus. Esta é a razão de os pervertidos sexuais, daqueles que foram derrotados por seus pecados, procurarem crianças inocentes. Isto é Satanás operando para que eles acossem e destruam vidas preciosas.
Por que tantas meninas cristãs inocentes estão sendo seduzidas pelos bandidos mais perversos e corruptos? É porque o diabo em pessoa caça estas meninas preciosas. Satanás lidera um exército de caçadores demoníacos, que saem em busca das vidas mais preciosas para seduzi-las, pegá-las em armadilhas, e as escravizar.
A palavra “preciosa” significa: “de valor, amada, altamente estimada. Aquelas consideradas de maior valor devido à qualidade espiritual ou moral”.
Satanás vem como um leão que ruge, buscando a quem possa devorar. E ele procura mais do que tudo, devorar os que são preciosos. Eu estava sentado em uma sala no Harlem Espanhol (na cidade de Nova Iorque) e chorava ao observar cinco adolescentes surdos-mudos enterrando agulhas imundas em suas veias. Eram viciados em drogas - aqueles viciados “da pesada”. Eu estava aguardando uma chance para testemunhar para eles, e eles se esqueceram que eu estava na sala. Ao observar, pensei: “Será que eles não têm problemas o suficiente? Não ouvem; não falam. Eles dividem esta dor íntima, e agora, olhe para eles!”. Eram como animais! No entanto, Deus tem um amor especial por este tipo de pessoas. Estes surdos-mudos eram especiais para Deus, e Satanás foi atrás deles e os enganou! Eles haviam caído na armadilha e a adúltera os tornou escravos.
Lembro-me de duas crianças, um garoto e uma menina talvez de quatro ou cinco anos, sentados, no terceiro andar de uma casa de cômodos toda estragada no Brooklin (em Nova Iorque). Eu havia ido lá para recolher um viciado que havia sido salvo, para levá-lo para o nosso programa. A mãe era uma prostituta, que ganhava a vida nas ruas. O pai, um viciado, preso. José e eu estávamos saindo, quando me virei e olhei para aquelas crianças amedrontadas sentadas sozinhas no sofá. Disse: “José, sua mãe está na rua; o seu pai está na cadeia. Se formos embora, quem vai cuidar de seu irmão e da sua irmã?”. Ele indicou com a cabeça um pacote rançoso de leite e umas bolachas de sal em cima da mesa, e disse: “Ah! Tem comida aí. Eles podem se cuidar”. Não tive coragem de ir embora! Mais ou menos naquela hora a mãe voltou. Ela não deixou que levássemos aquelas crianças porque ela precisava delas para receber o auxílio da previdência social, para poder comprar drogas! Ao sairmos, virei-me para aquelas duas vidas preciosas e pensei: “Oh, Deus, eis as vidas preciosas que Satanás está procurando!”. Não consigo exprimir a dor que senti no meu coração!
O ministro de uma Assembléia de Deus do Brooklin trouxe seus dois filhos adolescentes para o meu escritório - de 15 e 16 anos. Assentaram-se à minha frente. Este ministro reclinou a cabeça sobre a minha mesa e começou a chorar. “Irmão Davi”, disse, “Li o seu livro, ‘A cruz e o punhal’; fiz pregações usando-o. Fui à cadeia para representar os filhos de um casal da minha congregação. Mas se me dissessem que eu iria encontrar o que encontrei ontem, eu não iria acreditar! O sargento havia me convocado ao nosso Distrito Policial. Os meus filhos estavam recolhidos sob custódia. Ele levantou as mangas de suas camisas e me mostrou os seus braços. ” O senhor não sabe que os seus filhos são viciados ‘da pesada?”’ Nós tínhamos notado que suas notas de escola estavam baixando, e que os seus olhos muitas vezes ficavam embaçados, mas não podia nem sonhar que poderiam ser drogas. Eu não podia acreditar que isto poderia acontecer em meu próprio lar!”
Vi o pai se ajoelhar e colocar suas mãos sobre os seus filhos: “Meninos”, suplicou, “se vocês tiverem um pouco de amor por mim e sua mãe, por favor, aceitem que o Irmão Davi lhes arranje uma vaga. Entrem por favor no Desafio Jovem, e tenham as suas vidas transformadas! Por favor! Não consigo mais agüentar isto!”. Eles simplesmente lhe lançaram um olhar penetrante e duro, duro como aço. O pai se inclinou e se prostrou sobre o chão, vencido pelo remorso. Vi aqueles filhos se levantar, passar por cima do pai - rir dele - e sair pela porta.
Não consegui consolar aquele pastor. Ele se levantou, meneou sua cabeça e saiu da sala. Todos estes anos tenho pensado nestes dois filhos preciosos do pregador - e como Satanás veio atrás deles. Duas vidas preciosas que a adúltera veio acossar. O que teria Satanás visto nestas duas crianças que o amedrontou tanto - forçando-o a lançar todos os poderes do inferno contra elas?
Uma vez um repórter perguntou: “Sr. Wilkerson, qual foi a pior coisa que já lhe aconteceu? A sua pior experiência?” Sempre penso no encontro que descrevo a seguir. Eu havia recém-acabado um culto em um grande ginásio, e estava quase saindo do palco quando uma adolescente veio à frente, trazendo um jovem que evidentemente era cego. Ele media cerca de 2 metros, pele e osso. O seu cabelo estava caindo; seus olhos e sua face encovados. Eu achei que ele tinha câncer terminal. Parecia que ele havia passado por quimioterapia. Pararam na minha frente, de mãos dadas, e ela disse: “Este é o meu namorado, Jimmy. Tem dezessete anos”. Aí, ela contou uma história dolorosa de como ele havia sido um jogador saudável e robusto no time de sua escola. Não era um garoto arruaceiro. Ele era um dos bons meninos da escola e da igreja. Simplesmente aconteceu de ele ir a uma festa onde a maioria estava usando ácido e fumando maconha. Eles insistiram para que ele experimentasse, e pela curiosidade e pela pressão de seus companheiros, ele chupou uma ponta de ácido. Alguém havia misturado estricnina. Ele apresentou um horrível quadro de emergência médica e foi levado às pressas para um hospital. A jovem me informou que, na verdade, ele tinha sido liberado do hospital há dois dias. A sua mente ainda estava em pedaços, e havia perdido a visão.
Ela disse: “Ele leu o seu livro ‘A Cruz e o Punhal’ nas aulas de inglês há alguns meses. Eu o trouxe até você porque eu ainda o amo. Quero-o de volta!”. Olhei para aquela criatura destroçada, e enfureci-me com o diabo. Fui para trás das cortinas, chorei, e voltei e orei com aquele rapaz. “Oh, Deus, liberte-o!”. Orei com sinceridade, mas quando abri os olhos percebi que ele não havia ouvido nada que eu houvera dito. Ele estava desligado, totalmente distante!
Desconheço o que tenha acontecido com este jovem, mas creio de todo o coração no poder curativo de Deus. O máximo que pude fazer foi apresentá-lo a um pastor amigo meu, e a um grupo de jovens que o adotaram. Sabia que ele iria ser banhado pela oração. Sinto que um dia vou encontrá-lo, e que ele estará lúcido. Nunca me esquecerei de Jimmy - aquele jovem bom, escolhido, a quem Satanás caçou para enganar e destruir.
Como é verdade: a adúltera acossa a vida preciosa. Multidões de jovens inocentes e limpos são caçados pelas forças satânicas, seduzidos pelas drogas e pelo álcool - com o único propósito de levar à vergonha e à ruína os filhos mais amados e preciosos de Deus.
Fonte: David Wilkerson (continua)
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