terça-feira, 9 de novembro de 2010

O fim dos ribeiros


A história de Elias começa numa nação que tinha esquecido do seu Deus: Israel. O rei daquela época, Acabe, havia mergulhado o país em trevas ao casar com uma mulher ímpia (mas ímpia mesmo): Jezabel! Pensa numa mulher idólatra e ímpia. Pois é, Jezabel deixa essa mulher que você pensou no chinelo!

O povo esqueceu de Deus e começou a adorar Baal, fazendo altares para ele. A tal Jezabel mandou matar os profetas do Senhor. A coisa tava uma desgraça só. Nesse meio todo, Deus chama o profeta Elias, para mudar as coisas. Mas a primeira missão de Elias não é das mais fáceis: mandar parar a chuva!

Elias foi. E pela Palavra de Deus, fez os céus secarem por 3 anos e meio! Imagine só agora a alegria do Acabe. Devia estar faceiro. Tão faceiro que mandou alguns amigos fazerem um churrasco com Elias. Literalmente, churrasco com o Elias no fogo!

Porém o mesmo Deus que levantou Elias o escondeu e o sustentou. E aqui começa nossa reflexão. Elias é orientado a se esconder de Acabe junto ao ribeiro de Querite, onde ele beberia água do ribeiro e comeria pão e carne trazidos por corvos.

Elias fica por algum tempo naquele lugar, mas a Bíblia fala que chega um momento em que o ribeiro seca e Elias é orientado por Deus a ir a uma cidade próxima, Sarepta, encontrar uma viúva.

Pense um pouco agora: o que Elias ficou fazendo quando estava naquele ribeiro? A Bíblia não nos revela o que ele ficou fazendo, mas a Bíblia diz que Elias estava perante a FACE de Deus! Isso é profundo! Elias não ficou atirando pedrinhas na água, ou brincando de castelinho de areia. Ele tinha intimidade com Deus. O profeta passou tempo de qualidade com o Senhor!

Estar diante da face de Deus não é uma coisa qualquer. Ao mesmo tempo em que Elias era escondido de Acabe, ele era escondido em Deus, conhecendo os mistérios do seu coração (Sl 25.14). Eu creio que o tempo que o profeta gastou no ribeiro foi fundamental para seu ministério posterior. Um homem sem intimidade com Deus não gera santidade na nação!

Entretanto, chega um tempo em que Deus tira Elias do ribeiro e o manda a Sarepta, especificamente para gerar um milagre na vida de um viúva. Talvez Elias tenha pensado nesse momento: "E agora, vou sair da minha zona de conforto... Estava tão bom passar todo meu tempo com Deus aqui... E se Acabe me encontrar? Por que tenho que sair, Senhor?"

Para gerar uma mudança na sua geração, o profeta não pode ficar a vida inteira escondido. Ele tem de sair do seu lugar de refúgio para alimentar as viúvas! Deus estava "privando" Elias de algo para que ele pudesse gerar milagres e alimentar famintos. Sim, ele poderia correr riscos, mas sua missão exigia isso. O maior bem que Elias tinha não era sua própria vida, mas a vida de Deus nele! E a presença do Espírito de Deus era com Elias em todo tempo. Não fosse assim, ele não teria realizado tantos milagres e prodígios.

Muitos de nós temos medo de sair da nossa zona de conforto. É realmente muito bom orar, meditar nas Santas Letras, adorar a Deus e não estou censurando ninguém que faz isso. Muito menos quero que deixemos de fazê-lo.

Mas existe um instante em que Deus nos tira do ribeiro e nos leva a prover milagres que alimentem os famintos. E nessa hora precisamos estar prontos. Precisamos assumir a responsabilidade de carregar a presença de Deus em nós para que essa presença alcance outras pessoas.

Não podemos simplesmente nos embriagar com o vinho novo de Deus e esquecermos de nossa missão: alimentar as viúvas e órfãos! Temos visto a igreja fazer isso vez após vez, gastando consigo mesma o doce e poderoso derramar dos céus. Enquanto isso, os povos e nações estão morrendo de fome lá fora.

Apesar disso, creio que é chegado o tempo dos Elias de Deus se levantarem dos ribeiros, carregando toda a glória de Deus, mantendo a intimidade com o Santo dos santos e partirem a todas as Sareptas para alimentar aqueles que tem fome de Deus!

E você. Onde vai ficar?

Um comentário:

Lucas Borba disse...

Verdade, estamos em um tempo de transição. Deus deseja que saiamos do lugar onde estamos escondidos para assim exercer o ofício profético dessa geração.