Israel foi escolhido e chamado para ser o abençoado povo de Deus na terra que tinha sido prometida a seus pais, no entanto, nunca honrou o Deus que o fez sair do Egito e que o sustentara até aquele momento. Eles foram incrédulos, desobedientes, rebeldes, murmuradores e ingratos até chegar em Cades-Barnéia. E, como vimos, lá em Cades-Barnéia, eles não negaram a fama e deram mais uma demonstração de infidelidade. Mas o que eles nunca poderiam imaginar é que essa seria, para Deus, a gota d'água.
Eles já estavam ficando acostumados com os milagres, já estavam acostumados com a misericórdia e com a paciência, eles já estavam bem acostumados com o grande amor de Deus. Mas não levaram em conta de que a misericórdia e a justiça andam juntas, em se tratando de Deus. Eles não podiam imaginar que o Deus da graça um dia lhes diria "Basta!" Por isso, foram enchendo o copo, até que esse, veio a transbordar.
Israel estava prestes a entrar na terra prometida, uma terra excelente, uma terra que não precisaria ser tomada, mas que estava sendo dada, no entanto, para poder entrar nela, era preciso fé, obediência, gratidão e alegria - marcas registradas do povo que seria propriedade exclusiva de Deus - de um povo que seria luz no meio das trevas - de um povo que levaria paz e as boas novas da salvação. Por isso, em Cades-Barnéia eles ouviram o basta de Deus, pois a incredulidade de dez dos doze espias e de todo povo, foi a gota d'água. E por que foi a gota d'água? Porque eles nunca demonstraram:
Fé - "Sem fé é impossível agradar a Deus" - eles não tinham fé nas palavras, não tinham fé na Lei perfeita e nem nas promessas de Deus - abusaram da incredulidade. Resultado: viviam desagradando a Deus, e isso não é coisa que se faça.
Obediência - Eles só obedeceram quando obrigados, pois se dependesse da vontade deles, nunca teriam saído do Egito, preferiam viver como escravos, obedecendo a Faraó. Saíram na marra e nunca desejaram, de fato, ir para a terra prometida. Nunca aprenderam que para Deus, obediência é a resposta da verdadeira fé.
Gratidão - Puxa vida, depois de tudo que Deus lhes fez, continuaram ingratos. Pediram uma providência para seus sofrimentos - Deus lhes deu um libertador. Pediram água - Deus lhes deu água. Pediram carne - Deus lhes deu carne. Pediram comida - Deus lhes deu o maná. Mas não diziam a Ele nem ao menos obrigado.
Alegria - Faltava-lhes a alegria por serem o povo de Deus, faltava-lhes a alegria de serem servos desse Deus. Resultado: viviam murmurando por qualquer coisa, nada estava bom, nunca estavam de acordo, qualquer probleminha parecia uma tragédia.
Creio que isso deveria servir de alerta para todos nós, pois, como eles, muitas vezes temos nos esquecido da justiça, do zelo, e da disciplina do Senhor e, às vezes, abusamos da Sua graça e da Sua paciência. Quantas vezes temos deixado de tratar o nosso pecado como deveríamos? Quantas vezes temos banalizado o perdão oferecido por Deus? Quantas vezes vivemos pedindo uma segunda chance? Quantas vezes temos sido negligentes com as conseqüências que nossos pecados podem trazer? Quantas vezes temos sido ingratos e sempre desanimados?
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