Outro dia estava dentro de um estabelecimento quando chegou um homem vestido de forma bem jovial e distinta. O Brasil estava alvoroçado, pois era o dia seguinte ao sorteio da mega sena que por sinal estava acumulada em 26 milhões, e um felizardo paranaense havia ganhado sozinho. Era o comentário que se ouvia por onde quer que você fosse. A moça atrás do balcão perguntou àquele jovem homem: Quantos pontos você marcou na mega sena? E a resposta veio quase espontânea: Eu não jogo, porque a minha religião não permite.
Nem sei quantas vezes já ouvi esta resposta. Quando um jovem é pressionado pela turma na escola: Por que você não fica com a fulana? Ou, por que você não bebe com a gente? A resposta é sempre esta: Minha religião não permite!
Em Gênesis 39 temos uma das maiores investidas de Satanás contra um jovem servo de Deus. Quero lembrar-lhes que nesta época José tinha provavelmente em torno de 20 anos de idade, ou seja, estava no auge de seu vigor sexual, ele estava vivendo no meio de uma sociedade onde a poligamia era algo comum, e o sexo fora do casamento era absolutamente normal, como hoje por exemplo. Vale a pena lembrar que José estava longe de sua família, ninguém o conhecia ali, seu pai pensava que ele estava morto, seus irmãos não sabiam sequer onde ele estava, e talvez ninguém soubesse que José vinha de uma família comprometida com Deus.
É no meio desta situação, desta cultura, que acontecem estes fatos: E aconteceu que depois destas coisas a mulher de seu senhor pôs os seus olhos em José, e disse: deita-te comigo. A Bíblia nos revela que ela insistia dia após dia para que José se deitasse com ela. Você já imaginou o que José poderia ter pensado? “Eu estou longe de casa, meu pai nem sabe que estou vivo, meus irmãos não sabem onde estou, ninguém sabe do meu compromisso com Deus aqui, e isto é uma prática normal neste lugar, não tem ninguém vendo!”. A mulher insistiu, Satanás preparou o cenário até arrumar um jeito de deixar José e aquela mulher a sós num quarto, mas neste momento eis a resposta convicta de José: Não posso pecar contra Deus. Veja que ele não disse que sua religião não permitia, pois seu compromisso não era meramente a religião, mas seu compromisso era com Deus e ele sabia que, apesar de nenhum dos seus líderes religiosos estarem ali, apesar de ninguém da sua igreja estar ali, Deus estava e seu compromisso era com o Deus onipresente.
Jovens, com quem nós somos comprometidos de fato? O que leva você a afastar-se do pecado é a sua religião ou Deus? A sua resposta deve ter sido imediata: é Deus, claro. Mas por que você procurou então ficar naquele lugar escuro com aquela moça naquela noite? Por que você fez coisas naquela viagem quando você estava longe da sua cidade que você nunca faria onde mora? Por que você olhou para um lado e para outro, antes de entrar naquele ambiente inconveniente? Deus não está em todos os lugares?
Lamento muito por ver que muitos dos nossos jovens estão fracassando espiritualmente, porque apesar de um dia terem confessado Cristo como Salvador, nunca passaram de um compromisso com a igreja, jovens que fazem as coisas ou deixam de fazer simplesmente porque “a sua religião não permite”, mas Satanás é astuto, e um dia ele criará para você o mesmo cenário que criou para José, e você vai olhar para um lado e para o outro, o presbítero da sua igreja não vai estar lá, aliás, ninguém da sua igreja vai estar lá e o fracasso será inevitável. Mas se seu compromisso é com Deus, e se você é totalmente comprometido com ele, então você entenderá que Deus está ali, e que você não pode pecar contra Deus.
Lutemos por vidas comprometidas com Deus, por vidas que vão além da religião, que vão além da responsabilidade com os líderes da igreja. Lutemos por vidas que tenham como objetivo final a glória de Deus, vidas que prefiram a morte a decepcionar a pessoa bendita de Deus. São estas as vidas que chegarão na eternidade sem ter do que se envergonhar. Lembre-se, o tema da sua resistência ao pecado não deve ser: “a minha religião não permite”, e sim, “ não posso pecar contra Deus!”.
Fonte: Ronivaldo Moreira
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